domingo, 16 de maio de 2010

Estudar para ISA

E agora vocês perguntam... (alguns)... o que é ISA?
ISA = Imagem e Som A
Ou seja... uma das disciplinas que tenho na minha escola em Comunicação Audiovisual...
Portanto, para aqueles que até gostam de cinema, é de certa forma interessante saber o que eu estou a dar xD
E também para aqueles que pretendem ir para a António Arroio para Comunicação Audiovisual... (Cine-Vídeo, Fotografia e Som)
Como eu tenho de estudar, pois tenho teste amanhã (até agora não estudei nada... e sim eu sei... eu sou daquelas que só estuda no dia anterior), pensei que poderia pôr aqui x)
Agora só lê quem quiser xD e se quiser comentar também está à vontade :P

Articulação espaço/tempo

Do ponto de vista formal, um filme é uma sucessão de pedaços de tempo e de pedaços de espaço.

Cada plano tem uma ideia, cada cena é uma sucessão de ideias que, uma vez montadas, concedem à narrativa cinematográfica uma fluidez lógica e harmoniosa. Assim, cada plano deve dar um sentido global ao filme, e não deve ser susceptível de uma leitura que crie confusão ao espectador, a não ser que seja essa a intenção do realizador. Desta forma, os planos devem ser vistos como fragmentos de uma única continuidade que facilite ao espectador a compreensão e o relacionar todas as estruturas significantes que compõem a narrativa. É nesta continuidade que reside a força geral do filme.
A continuidade deve ser mantida ao nível da direcção (continuidade direccional).
Ou seja, uma pessoa que é filmada a passar e que sai pelo lado direito do ecrã, obrigatoriamente no plano seguinte (se quiser dar continuidade à cena) ele deve entrar pelo lado esquerdo. Se isso não acontecer o espectador iria ficar confundido.
Esta direcção de movimento deve manter-se, a não ser que o realizador varie o sentido direccional, mediante a utilização de: uma panorâmica; um travelling; um plano picado.
Se o realizador quiser demonstrar que vão encontrar-se num local específico, então, devem ser vistas deslocando-se em sentidos opostos ao longo de sucessivos planos.
A continuidade direccional serve também para criar tensão, suspense.
O procedimento mais fácil para mudar o sentido direccional das personagens ou objectos pode ser executado pelos próprios, no interior do plano.

Eixo de Acção
Designa-se por Eixo da Acção, o eixo estabelecido pela trajectória em movimentação das personagens em acção no interior do plano, situando-se a câmara em posição tal que garanta a correcta continuidade visual.
Se uma personagem isolada se deslocar da esquerda para a direita, a câmara situar-se-á à direita da linha determinada pela sua deslocação, ou seja, à direita do caminho pela qual a personagem transita.

Eixo de Acção aplicado ao princípio do triângulo
Na situação das personagens estarem em "posição triangular", a câmara deve estabeler à partida ou inicialmente a posição das personagens. Este plano de posições é útil porque permite ao espectador saber exactamente a colocação de cada uma das personagens em relação às outras.

Raccords
Entende-se por Raccord, o elemento de continuidade entre dois ou mais planos.
1. Raccords de Acção
Consideram-se Raccords de Acção todos os elementos que têm a ver, directa e explicitamente, com o desempenho das personagens no desenrolar da sua acção, no espaço e na relação espaço/tempo.
1.1 Raccord de Olhar
Se supostamente duas personagens se olham, deve evitar-se, ao espectador, a impressão de olhares que não se cruzam, Também se deve considerar a inclinação dos olhares: se a primeira personagem olha para a direita e para baixo, então, a segunda personagem deverá olhar para a esquerda e para cima, a fim de que os seus olhares se possam encontrar.
1.2 Raccord de Direcção
Um objecto ou personagem em movimento deve deslocar-se no ecrã no mesmo sentido, para que o espectador não seja levado a admitir que o objecto ou personagem voltou para trás. Para que isto permaneça, a câmara deve ser colocada sobre o eixo (linha direccional), fazendo a mudança de sentido sem que o espectador se desoriente. Deve fazer-se progressivamente.
1.3 Raccord de Movimento
Trata-se de seguir, num plano, um movimento iniciado no plano anterior. Um raccord bem feito não deve ser sentido. A passagem de um plano para outro, deve ser feito no momento forte da acção, ou seja, no ponto onde a atenção do espectador está concentrada.
1.4 Raccord de Velocidade
A velocidade de um objecto ou personagem em movimento não deve mudar de um plano para o outro, para que o espectador não se aperceba. A impressão da velocidade depende da distância da câmara, do ângulo de filmagem, da distância da focal e da mudança do objecto. A velocidade deve manter-se.
1.5 Outros (elementos que também fazem parte dos raccords de acção)
O vestuário, os acessórios e a aparência da personagem devem ser iguais de plano para plano.
2. Raccords de Elementos Fixos
Consideram-se Raccords de Elementos Fixos, os décors (local onde se passa a acção) exteriores/interiores, bem como certos elementos do décor: móveis, acessórios, cores, entre outros. Podem ajudar a criar veracidade e a estabeler uma relação entre os planos. Todos estes elementos não devem ser alterados de um plano para outro. nem de sítio ou de cor; não devem sofrer modificações se não houver uma explicação aos olhos do espectador.
3. Raccords Técnicos
A luz, as sombras, as nuvens, podem contribuir para erros de raccord de um plano para outro; é preciso ter especial atenção às objectivas, ao diafragma, aos filtros, assim como, ao enquadramento utilizado.
3.1 Raccord de Luz
A intensidade e a direcção da luz devem manter-se ao longo dos planos, num mesmo décor. É necessário anotar: o lugar dos projectores, a potência e a sua orientação.
Os factores que influenciam a temperatura de cor das fontes luminosas, são:
-Luz natural - a hora, a estação do ano e as condições climatéricas;
-Luz artificial - o grau de utilização e a tensão da corrente.
3.2 Raccord de Som
O som ambiente é outro elemento de harmoniosa ligação entre dois planos num mesmo lugar. Pode também ser motivo de falha, de erro de raccord, entre dois planos.

Montagem
A montagem é a organização dos planos do filme segundo determinadas condições de ordem e duração.
Existem definições e regras básicas a não esquecer e que se tornam imprescindíveis para compreender a montagem. São eles o plano, a cena e a sequência.
O plano, tecnicamente falando, é: o ponto de vista das filmagens, o fragmento de película impressionada entre o momento em que o motor da câmara começa a trabalhar e aquele em que pára; do ponto de vista do montador, é o pedaço de filme que fica entre duas tesouradas e depois entre duas colagens; do ponto de vista do espectador, é o pedaço de filme entre duas conjunções ou ligações.
A cena é uma noção particularmente determinada pela unidade de tempo e de lugar.
A sequência é uma noção especificamente cinematográfica: é uma série de planos e o que a caracteriza é a unidade de acção e a unidade orgânica, isto é, a estrutura própria que lhe é dada pela montagem. Uma sequência define-se especificamente pela organização rítmica do material filmado.

Analogias ou ligações
Entende-se por Analogias, as razões de semelhança que suscitam a aproximação entre os planos. Estas ligações baseiam-se tanto em Analogias Plásticas, como Psicológias.
1. Analogias ou ligações de ordem plástica
Caracterizam-se por aparecerem de forma directa no conteúdo da imagem.
1.1 Analogia de conteúdo material
É a semelhança entre um elemento material da imagem, diferente num e noutro plano.
É essa semelhança que fundamenta a transição de um plano para outro.
1.2 Analogia de conteúdo estrutural
É uma semelhança na composição interna da imagem, entre dois planos.
1.3 Analogia de conteúdo dinâmico
A ligação entre os planos é estabelecida com base em movimentos idênticos de personagens ou de objectos: são as ligações no movimento, isto é, a ligação entre movimentos semelhantes de dois motivos diferentes ou do mesmo motivo em dois momentos sucessivos da sua trajectória.
2. Analogias ou ligações de orgem psicológia
A ligação entre os planos é feita através do pensamento do espectador ou da atitude da personagem. Pertencem a este tipo de Analogias, em primeiro lugar, as transições mais elementares, quer dizer, a mudança de plano baseada no olhar como acontece no Campo - Contracampo (a conversa entre duas personagens mostradas alternadamente). Ou então, à semelhança de uma personagem que olha, faz-se suceder a imagem daquilo que ela vê - aqui sim, é o pensamento da personagem que está na base da ligação do plano ou até a sua tensão mental.
2.1 Analogia de conteúdo nominal
É a justaposição de dois planos, em que no primeiro plano se designa ou evoca um lugar, um objecto, uma época ou uma personagem, que aparecem no plano seguinte, depois de qualquer sinal de pontuação (normalmente a fusão encadeada).
2.2 Analogia de conteúdo intelectual
É a ligação entre dois planos em que no primeiro percebemos o pensamento da personagem, e no segundo plano o conteúdo mental da personagem é materializado visualmente. Pode ser também o pensamento do espectador ou, mais exactamente, uma ideia sugerida ao espectador pelo realizador.
Nota: Este tipo de analogia para funcionar correctamente tem de ter uma relação directa com o contexto da própria situação ou história.

E pronto... é mais ou menos o que eu dei em Imagem e Som neste 3º período até agora...
Espero que tenham ficado a saber mais qualquer coisinha XD
Wish me luck for tomorrow ^^'

Kaboom!

1 comentário:

C. disse...

JASUS... estuda estuda minha filha :p